Fórum Paranaense dos Cursos de Pedagogia
V ENCONTRO DO FORPPED
Cornélio Procópio - UENP
14 e 15 de julho
Educação e Emancipação: Um olhar sobre a formação de professores.
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Resolução do V Encontro do Fórum Paranaense dos Cursos de Pedagogia (FORPPED)
Aos 14 e 15 dias do mês de julho do ano de 2025, realizou-se na Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) no Campus Cornélio Procópio, o V Encontro do FORPPED. Sob a temática “Educação e Emancipação Humana: um olhar sobre a formação de professores” debateu questões fundamentais relacionadas à formação docente e às diretrizes curriculares da educação. Durante o encontro foi apresentada e discutida a problemática relacionada à Resolução nº 04/2024, especialmente quanto à compreensão insuficiente dos alunos sobre o funcionamento da escola e da sala de aula. Debatido o impacto do estágio remunerado não obrigatório, que permite o ingresso em estágios sem a devida formação inicial, gerando lacunas na prática docente. A assembleia constatou que grande parte dos currículos dos cursos de formação docente não contempla de forma equilibrada a dimensão da pesquisa. Foi proposto o fortalecimento da pesquisa desde os primeiros anos de curso, conduzida através dos núcleos articuladores de formação. Ficou evidenciado que a extensão já integra práticas em diversas instituições, porém há uma discordância terminológica sobre o que constitui efetivamente "extensão", destacando que sua exclusividade aos espaços escolares não contempla sua complexidade e proposta original. O grupo se posicionou contra a restrição da extensão aos espaços escolares, considerando a contradição desta limitação e a carência de infraestrutura para suporte dessas atividades. Foi ressaltada a ausência de previsão de seguro para extensão nas discussões atuais. Considerando que a Resolução de 2018 permanece vigente defende-se o uso da Resolução de 2018 como base orientadora. Realizou-se um debate sobre o Exame Nacional de Desempenho os Estudantes (ENADE), visando posicionar o FORPPED institucionalmente frente às demandas que o exame impõe à formação docente. Diversos participantes abordaram os impactos da reforma educacional, da Resolução 04/2024, e da Reforma do Ensino Médio no que tange à Precarização do trabalho docente, esvaziamento da formação científica e técnica, perda de identidade e sentido humanizador da educação. Houve posicionamento em defesa do concurso público para pedagogos e da formação docente com base nos fundamentos educacionais nos departamentos acadêmicos. Questionamento sobre o papel da universidade na formação docente, sua perda de protagonismo, e a instrumentalização do pedagógico pelo Estado por meio de plataformas, avaliações e políticas gerenciais.A formação como prática política foi reafirmada, com destaque para a necessidade de discutir a conjuntura neoliberal e suas implicações na educação. Enfatizou-se a educação como ato político, denunciando a lógica de formação de mão-de-obra barata em consonância com cartilhas do FMI e Banco Mundial. Foi proposta a criação de frentes teóricas de resistência em defesa da profundidade dos fundamentos pedagógicos. O Fórum discutiu o impacto do ENADE sobre os cursos de licenciatura, apontando para a necessidade de assumir um posicionamento institucional sobre o exame. Reforçou-se que as avaliações não devem nortear a formação em função de resultados, mas sim da qualidade socialmente referenciada.
Encaminhamentos:
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Ratificação da posição contrária à Resolução 04/2024 e à Reforma do Ensino Médio.
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Defesa dos fundamentos da educação como práxis, articulados à prática escolar.
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Organização da Semana Nacional da Pedagogia para aprofundar as temáticas.
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Promoção de publicações científicas com base nas discussões do Fórum.
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Criação de um site do Fórum e definição da carta do local de realização dos Fóruns.
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Fortalecimento da aproximação com a educação básica.
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Elaboração de documento síntese com o posicionamento político-pedagógico do Fórum.
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Publicação do Fórum – Produção científica (Dossiê) dos membros do Fórum sobre a temática debatida no Encontro.
MOÇÃO DE REPÚDIO AO ASSASSINATO E À ESCALADA DE VIOLÊNCIA CONTRA O POVO AVÁ GUARANI NO OESTE DO PARANÁ
O Fórum Paranaense dos Cursos de Pedagogia (FORPPED), junto à Executiva Nacional dos Estudantes de Pedagogia (ExNEPe) e o Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal Fronteira Sul - Campus Laranjeiras do Sul (DCE UFFS-LDS), vêm, por meio deste, manifestar seu mais absoluto e veemente repúdio ao bárbaro assassinato do jovem indígena Avá Guarani Everton Lopes Rodrigues, de apenas 21 anos, que no último sábado (12) foi encontrado decapitado ao lado de uma carta que, de forma vil e criminosa, realiza duras ameaças aos povos indígenas em luta por terra para nela viver e trabalhar.
O crime hediondo e premeditado, cometido na entrada do Tekoha Yvyju Awary, não é um episódio isolado. Faz parte de uma escalada de violência que se intensificou desde julho de 2024 contra os Avá Guarani, que lutam pela reocupação de seus territórios tradicionais na Terra Indígena Guasu Guavirá. Manifestamos também nosso mais profundo repúdio às ameaças feitas pelo agrupamento autodenominado “Bonde 06 do N.C.S.O.”, que, aliado a uma falsa narrativa construída por grandes latifundiários e pistoleiros da região, tenta covardemente vincular os povos indígenas que desenvolvem sua justa luta pela terra a organizações criminosas. A carta deixada pelos criminosos chegou ao cúmulo de declarar que pretendem atacar ônibus escolares e queimar vivas crianças indígenas. Este discurso de terror, que ecoa as mais perversas práticas coloniais e genocidas, visa amedrontar comunidades inteiras e impedir que sigam na luta legítima pelo direito elementar de existir em seu território ancestral.
Denunciamos de forma contundente a tentativa de criminalizar e deslegitimar o povo Avá Guarani por meio da difusão de mentiras, como a acusação, já desmentida por estudos científicos e históricos, de que seriam “índios paraguaios”. Trata-se de uma estratégia mesquinha que busca justificar o roubo de terras e a violência armada patrocinada pelos interesses do latifúndio.
Repudiamos também a morosidade criminosa do Estado brasileiro, que segue protelando a efetivação da demarcação da TI Guasu Guavirá, mesmo após a área ter sido identificada e delimitada pela Funai desde 2018. Ao deixar prosperar a impunidade e o abandono, o poder público alimenta a escalada de ataques e ameaças.
Exigimos:
1. A imediata e rigorosa investigação do assassinato de Everton Lopes Rodrigues e das ameaças proferidas contra as comunidades indígenas, com a responsabilização integral dos financiadores, mandantes e executores;
2. Medidas urgentes de proteção às famílias indígenas e às lideranças ameaçadas, com ações concretas que cessem o cerco armado e o terror psicológico contra estas populações;
3. O cumprimento imediato dos acordos firmados pela União, Funai, Incra e Itaipu Binacional para aquisição e devolução das terras como forma de reparação histórica;
4. A rejeição pública e categórica, por parte das autoridades, das narrativas racistas e xenófobas que incitam o ódio e a violência contra os povos indígenas. É necessário que o governador do estado do Paraná, Ratinho Júnior, se posicione de forma inequívoca e se responsabilize pelos acontecimentos, uma vez que, em 30 de julho de 2024, declarou publicamente que pretendia recorrer à Justiça para retirar os indígenas da área, a quem chamou de “índios paraguaios”, exatamente o mesmo discurso de desumanização usado pelos executores deste crime bárbaro para justificar seus ataques.
Solidarizamo-nos com o povo Avá-Guarani e com todas as comunidades indígenas e quilombolas que resistem bravamente frente ao ódio, à covardia e ao massacre que tentam lhes impor frente a sua justa luta, junto aos camponeses pobres sem terra, por terra para nela viver e trabalhar. Esta moção é um chamado à sociedade e aos movimentos populares para que não permitam que tais crimes caiam no silêncio e na conivência. Que justiça seja feita e que cesse a violência contra aqueles que apenas buscam retomar a terra que sempre lhes pertenceu.
TODO APOIO AOS POVOS AVÁ-GUARANI!
VIVA A LUTA PELA TERRA!
ABAIXO O LATIFÚNDIO E SUAS HORDAS PARAMILITARES!
MOÇÃO EM APOIO AOS DIRETORES DESTITUÍDOS DE SEUS CARGOS NO PR E REPÚDIO AO AUTORITARISMO DA SEED
O Fórum Paranaense dos Cursos de Pedagogia (FORPPED), junto à Executiva Nacional dos Estudantes de Pedagogia (ExNEPe) vêm através desta denunciar a política abusiva da Secretaria do Estado da Educação (SEED) de destituir trabalhadores de seus cargos, violando a democracia dentro das escolas no Estado do Paraná.
Nos últimos meses, diversos diretores vem sendo afastados ou retirados de seus cargos em Curitiba, Maringá, Londrina, Cascavel e etc. O suporte legal que os órgãos encontram para fazê-lo é o Decreto 7923 de 22 de junho de 2021 que acaba ferindo, na maioria dos casos, a escolha da comunidade. Inclusive revoltando os estudantes, professores, diretores e diversos trabalhadores da educação que tem se mobilizado contra a decisão unilateral de destituição que é resultado da ação unificada da SEED e Núcleos Regionais (NR) nas cidades.
Os motivos mais recorrentes se assemelham a metas empresariais dentro das escolas, são levantados temas como: índices satisfatórios de frequência, falta do uso das plataformas digitais e médias da escola e dos estudantes. Principalmente os índices e uso de plataformas, porque são a maior pressão dentro das salas de aula. Em períodos de Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) a escola vive em favor da melhora e aumento da nota e os professores são fortemente cobrados, principalmente pela diretoria e pedagogos, que são também pressionados pela SEED com “presentes” decorrentes do aumento das notas. Existe uma estruturação que classifica as escolas conforme estão alinhadas com os ideais da SEED.
Os professores, por sua vez estão a cada dia mais adoecendo e com sobrecargas impraticáveis, tendo reuniões recorrentes com o NR e as direções para serem cobrados de forma feroz sobre o uso de tecnologias e acompanhamento de faltas e notas dos estudantes. Foi realizada uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) após o falecimento de duas professoras da rede básica de ensino, Silvaneide e Rosane, que faleceram durante o trabalho ou em reunião com o NR, para debater sobre o adoecimento dos docentes nas escolas. Os dados levantados mostram que aproximadamente 90% dos professores se sentem sobrecarregados. Isso demonstra que a SEED exaure seus profissionais e quando estes não seguem suas imposições são afastados de suas responsabilidades.
Atuamos em denúncia do contrassenso que vem sendo praticado pela gestão paranaense, que vive de associações com empresas privadas e vem adoecendo, em grande parte os docentes e trabalhadores da educação. Além do adoecimento, agora muitos perdem também seus cargos para serem substituídos por pessoas mais alinhadas à política do governo estadual.
ABAIXO AO AUTORITARISMO DA SEED!
PELO RESPEITO À DEMOCRACIA ESCOLAR!
MOÇÃO DE REPÚDIO AO DESCASO COM ESTUDANTES E TRABALHADORES DA UFPR
O Fórum Paranaense dos Cursos de Pedagogia (FORPPED), junto à Executiva Nacional dos Estudantes de Pedagogia (ExNEPe) e o Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal Fronteira Sul - Campus Laranjeiras do Sul (DCE UFFS-LDS), vêm, por meio desta, manifestar seu veemente repúdio ao rompimento unilateral do contrato pela empresa terceirizada Cozinha Gourmet, responsável pela gestão dos Restaurantes Universitários da Universidade Federal do Paraná (UFPR), ocorrido na noite do dia 13 de julho de 2025.
Este ato, absolutamente irresponsável e lesivo, abandonou dezenas de trabalhadores sem seus salários, direitos trabalhistas e sequer informações mínimas, ao mesmo tempo em que deixou milhares de estudantes sem acesso à alimentação básica, direito fundamental e condição essencial para permanência e aprendizado.
Denunciamos que este episódio não ocorreu por acaso, mas é consequência direta da política de terceirização desenfreada dos serviços públicos, especialmente no âmbito da educação e, em particular, do ensino superior. Essa política tem sido reiteradamente criticada por trabalhadores e estudantes, que há anos denunciam atrasos sistemáticos de salários, descontos indevidos de FGTS e INSS que jamais foram repassados, além de cortes arbitrários por supostas faltas não cometidas e uma gestão pautada pelo descaso e pela exploração. Desta vez, a situação ultrapassou todos os limites: a empresa, após receber vultosos repasses públicos – estimados em R$ 1,6 milhão –, chegou ao cúmulo de remover os fornos e desaparecer, deixando para trás desemprego, insegurança e o completo abandono do direito à alimentação.
Repudiamos com firmeza o descaso da empresa Cozinha Gourmet e exigimos que ela seja responsabilizada administrativa, trabalhista e, se necessário, criminalmente pelos prejuízos causados. Também responsabilizamos a Reitoria da UFPR e o Governo Federal, que permitem que empresas sem qualquer compromisso social assumam serviços essenciais da assistência estudantil, precarizando a vida de quem estuda e trabalha na Universidade.
Reafirmamos que a alimentação no Restaurante Universitário não é favor: é um direito conquistado a duras lutas. É inadmissível que, justamente no período de férias, momento que deve garantir continuidade da assistência estudantil, sejam reiterados os ataques e fechamentos que expõem estudantes em situação de insegurança alimentar.
Diante desse quadro de calamidade e indignidade, convocamos todos os professores, estudantes, técnicos e demais trabalhadores a se unirem em defesa da universidade pública, para que ela retome o controle de seus serviços essenciais e garanta condições dignas de trabalho e estudo. Reafirmamos que somente a luta combativa, unindo quem ensina, quem estuda e quem trabalha, poderá reverter este estado de abandono e assegurar direitos fundamentais. É hora de aplicarmos a mais alta forma de mobilização dentro das universidades: a greve de ocupação. Somente a luta radical, firme e consequente será capaz de dar uma resposta à altura desta situação inaceitável.
DEFENDER A EDUCAÇÃO PÚBLICA E GRATUITA COM UNHAS E DENTES!
CONTRA A PRECARIZAÇÃO! GREVE DE OCUPAÇÃO!